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Eu Sou
Perfume sagrado no ar,
Cores mil a minha volta
Sinto toda presença
Meu Ser está para amar
Uma energia que se solta
Sem pedir licença
Seres revoando sobre mim,
Anjos sem asas rodeando
Verdes, índigos e carmim
Intensamente me amando
Sou homem, sou Deus, sou menino,
Tenho muito forte a percepção,
Onde olho tudo ilumino
Vejo tudo com o coração.
Não tenho mais identidade,
Estranho minha personalidade
Não sei quem sou, não tenho nome,
Tudo que é denso de mim some!
Um peso enorme sai do peito,
Pequeno e grande sou inflado
Na atmosfera fico sem jeito
Como se não fosse acostumado
Não sei mais caminhar
Posso ir. É só flutuar.
Não tenho mais fascínio
Não preciso do raciocínio
Todo ser que presto atenção
Sei e sinto sua vibração
Posso ele experimentar
E o que precisa, dar.
Não tem mais o pior,
Nem prefiro mais o melhor.
De mim só tenho ausência
Não tenho mais preferência.
Tudo que vivi está gravado,
Mas ficou até engraçado,
É como se nada fosse sério
Pois acabará no cemitério.
O perene é evidente,
O impermanente se conhece,
O verdadeiro se sente
O passageiro se esquece.
Alguns momentos que vivi,
Na personalidade atual,
Eu, no eterno bem reconheci.
De fato foi atemporal.
Minha vida curta fica.
Apenas uma existência
Uma história muito rica,
Uma excelente experiência.
Não poderia imaginar o final,
Não sabia que terminaria assim.
Foi derepente como um corte.
Não tem apsecto mal,
De pronto não existe mais o "mim".
Livrei-me de mim sem a morte.
Como se girasse em vão,
Sem poder enxergar o final,
Agora vejo este final com exatidão.
Enfim livre do bem e do mal.
Como um eco de longe escuto,
Murmúrios de uma vida inteira,
Dela agora estou de luto,Vivo para a vida verdadeira.
Onde estou neste momento?
Metamorfose total.
Borbulha aqui como fermento
Ultrapassando um portal.
Olho para o meu corpo que transmuta,
Ora sou Saulo, ora sou um cavaleiro,
Índio, indiano, animal, golfinho...
Sons ainda meu âmago escuta,
Reminiscências deste grande viveiro,
Onde me criei, onde foi o meu ninho.
Muitas mães eu pude amar,
Tive incntáveis corações,
Gostava muito de cantar,
De amor eram as minhas canções!
A vida me latejava, agora eu latejo,
Deixava a vida me levar, agora eu levo.
Queria comandar-me o desejo,
Hoje as lembranças relevo.
Longe de qualquer descrição,
Como explicar ser virtude,
Estar em tudo, ser grandão,
Abraçar tudo em plenitude.
Não preciso mais de perdão,
Não existe mágoa ou pecado,
Para cada ser posso dar a mão,
Por cada um sinto que sou amado.
Nada me sobra e nada me falta,
Seguindo o Amor eu vou.
A Totalidade a mim exalta.
Sem perguntas e respostas, Eu Sou.
Saulo Lalli
15/05/2011
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